Na penumbra de um coração estilhaçado, ela caminhava entre os escombros de promessas mortas. A casa, outrora cheia de risos, agora murmurava lamentos em cada canto escuro. As paredes guardavam segredos igual túmulo mal selados, e o perfume dele ainda pairava, igual fantasma zombeteiro.
Ele a havia traído - não apenas com outro corpo, mas com a ausência de alma. O toque que antes aquecia agora frias. Ela não gritou. O silêncio era sua vingança. Perdoar? Talvez. Mas não esquecer.
No espelho quebrado, ela viu não uma vítima, mas uma fênix envolta em trevas. Não imploraria por amor.Não mendigaria por amor. O amor que trai se enterra com flores escuras.
Enquanto a lua observava, pálida e cúmplice, ela sussurrou ao vazio: " Que ele receba cada gota do veneno que me fez beber."
E partiu, não igual quem foge...
Mas igual quem renasce das cinzas de sua própria dor.
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