"Habito a solidão igual quem veste um manto antigo.
Eles temem a escuridão, por isso se agarram a qualquer luz.
Eu sou a escuridão.
E jamais caminharei ao lado de quem
não conhece as sombras..."
"Habito a solidão igual quem veste um manto antigo.
Eles temem a escuridão, por isso se agarram a qualquer luz.
Eu sou a escuridão.
E jamais caminharei ao lado de quem
não conhece as sombras..."
Ainda me pego olhando para o vazio, tentando entender onde foi que me perdi. Talvez o erro tenha sido esperar demais de quem nunca quis ficar. Perdoei o que doía, esperei por mudanças que nunca vieram. No fim, o silêncio falou mais alto.
Ele encontrou alguém para seguir em frente...e eu encontrei a solidão, que me abraçou devagar e me ensinou, entre lágrimas, que antes de amar alguém, eu precisava aprender a não me abandonar.
Na penumbra de um coração estilhaçado, ela caminhava entre os escombros de promessas mortas. A casa, outrora cheia de risos, agora murmurava lamentos em cada canto escuro. As paredes guardavam segredos igual túmulo mal selados, e o perfume dele ainda pairava, igual fantasma zombeteiro.
Ele a havia traído - não apenas com outro corpo, mas com a ausência de alma. O toque que antes aquecia agora frias. Ela não gritou. O silêncio era sua vingança. Perdoar? Talvez. Mas não esquecer.
No espelho quebrado, ela viu não uma vítima, mas uma fênix envolta em trevas. Não imploraria por amor.Não mendigaria por amor. O amor que trai se enterra com flores escuras.
Enquanto a lua observava, pálida e cúmplice, ela sussurrou ao vazio: " Que ele receba cada gota do veneno que me fez beber."
E partiu, não igual quem foge...
Mas igual quem renasce das cinzas de sua própria dor.